Nadadora japonesa de 20 anos se classificou para as Olimpíadas no Japão depois de superar a leucemia em uma emocionante jornada
No dia 4 de abril, segundo dia do Campeonato Japonês de Natação, Rikako Ikee saiu da piscina chorando de emoção após vencer os 100m borboleta, sua primeira prova na competição. Depois de uma batalha contra a leucemia, ela voltou as piscinas e conseguiu naquele dia sua classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Sua emoção e lágrimas refletiram o caminho que ela teve que percorrer para chegar lá.
Rikako também venceu as outras três provas no evento, os 50m e 100m livre e os 50m borboleta. Além das medalhas, conseguir uma vaga nas equipes japonesas dos revezamentos 4x100m livre e 4x100m medley. “Esse esporte tem coisas muito difíceis, mas também me dá muitos motivos de felicidade. Sinto que existo graças à natação”, comentou após o campeonato. Depois de ter sido diagnosticada com leucemia no começo do ano passado durante uma sessão de treinos, a atleta venceu o câncer e está preparada para sua segunda Olimpíada.
Quando criança ela gostava de atividades físicas em geral, não apenas de natação. Chegou um momento em que começou a se destacar como nadadora e participou de seu primeiro campeonato nacional quando estava no ensino médio. No terceiro ano alcançou excelentes resultados no Campeonato Japonês de Natação e se classificou na equipe de revezamento para o Campeonato Mundial de Kazan-2015. E no Rio-2016 tornou-se a primeira japonesa a nadar sete provas em uma Olimpíada.
No Rio foi finalista nos 100m borboleta, batendo o recorde nacional com 56s86 e terminando em quinto lugar com apenas 16 anos de idade. Após sua estreia olímpica, Rikako continuou em evolução tendo entrado para a história da natação japonesa ao vencer cinco provas individuais (50m, 100m e 200m livre e 50m e 100m borboleta) no Campeonato Japonês de Natação.
Em preparação para a temporada de 2019, foi diagnosticada com leucemia durante um training camp na Austrália, voltando as pressas para o Japão. Após mais de 400 dias sem poder entrar na piscina ela voltou aos poucos a nadar até conseguir treinar e conquistar a vaga olímpica. “Estou milagrosamente viva”, disse quando deixou o hospital em dezembro de 2019. Mal sabia que além de viva, também renasceria para o esporte.
Publicado na Swim Channel.