Não que eu seja fã… mas dia 10 de janeiro de 1987 nascia em Santa Bárbara d’Oeste um ídolo brasileiro e mundial. César Augusto Cielo Filho há 26 anos iniciava sua vida que se transformaria em uma grande competição voltada as piscinas e aos limites do corpo humano. Começou sua trajetória vitoriosa no Esporte Clube Barbarense e logo depois no Clube de Campo de Piracicaba o qual voltaria a defender no Troféu Maria Lenk de 2013. Em 2003, apenas com 16 anos, nadou ao lado de seu grande ídolo medalhista olímpico Gustavo Borges no Pinheiros onde ficou por dois anos após se transferir para Auburn nos Estados Unidos.
Treinando muito forte e defendendo a universidade na qual cursava Comércio Exterior, Cielo se viu comandado pelo técnico Brett Hawke, australiano e finalista olímpico. Crescia ali um campeão. Quebrou em dezembro de 2006 o recorde sul americano dos 100m livre e no ano seguinte quebraria o sul americano dos 50m livre, além de ganhar 3 medalhas de ouro e uma de prata no Pan-americano do Rio. Foi neste ano que conheci e comecei a acompanhar não só o ídolo Cielo mas a natação brasileira.
Primeiro campeão olímpico brasileiro em uma prova de natação (50m livre) além de medalha de bronze nos 100m livre, César Cielo se consolidou como o mais rápido nadador do mundo no ano seguinte as olimpíadas com os recordes mundiais dos 50m livre (20s91) e dos 100m livre (46s91) no Campeonato Mundial de Roma. Em 2010 participou do Pan Pacífico e do Campeonato Mundial de piscina Curta em Dubai acumulando mais medalhas nas provas de 50m livre, 100m livre, 50m borboleta e provas de revezamento.
Até aí já tinha se consolidado como o principal nome da natação brasileira e os críticos e fãs rasgavam elogios para o nadador, porém, foi no ano de 2011 que Cielo soube realmente quem torcia por sua felicidade e consagração e quem apenas o mirava com olhos de inveja. Acusado de doping pouco antes do mundial de Xangai, foi capa em diferentes sites, jornais e televisão como mais um atleta pego no exame anti-doping, fato que se resolveu após seu julgamento em que apenas uma advertência foi dada. Apenas, não é o termo certo já que essa advertência poderia acarretar na sua performance rumo ao bicampeonato mundial.
Mas não acarretou. Pra quem acompanhou e aprecia os verdadeiros campeões, foi impossível não se emocionar com o atleta que chorou a beira da piscina após a conquista dos 50m borboleta e depois na conquista do bicampeonato nos 50m livre. O ano conturbado de 2011 ainda não tinha acabado e César conquistava mais 6 medalhas de ouro para sua coleção no Pan-americano de Guadalajara.
Já faziam alguns anos que Cielo não perdia a prova de 50m livre (sua especialidade) e a derrota foi acontecer nas olimpíadas de Londres em 2012. Como um dia disse Anderson Silva- ”Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitórias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias”.E Cielo cresceu, está pronto pra nadar bem o próximo ciclo olímpico e com o apoio daqueles que o amam e acreditam na sua força fazer os melhores tempos de sua vida. Ver Cielo conquistando medalhas e nadando o mais rápido que pôde sempre foi uma rotina, saber o quanto ele treina também, já que treinar é sua vida desde quando começou a carreira.
Com a motivação certa seguirá o caminho para o tricampeonato mundial nos 50m livre e o bicampeonato no 50m borboleta, tudo isso para seguir firme á conquista do bicampeonato olímpico que certamente tentará alcançar no Rio de Janeiro em 2016. Não que eu seja fã… mas se depender da minha torcida suas conquistas virão o mais rápido possível.
Katarine Monteiro